A revolução do mercado financeiro, provocada pelo Open Banking, caminha para dar mais um importante passo, que é diminuir a distância entre as fintechs e os bancos tradicionais. Na prática, as startups podem começar a se aproximar ainda mais do mercado de concessão de crédito, com taxas mais atraentes, principalmente para quem está longe do sistema bancário tradicional.
Esse movimento é consequência da segunda fase do Open Banking, com início previsto para julho de 2021, quando será permitido que o consumidor (com seu consentimento) compartilhe seus dados e transações (cadastros, transações em conta, informações sobre cartões e operações de crédito) com instituições de sua escolha.
Uma nova experiência para o consumidor:
Além de potencializar a criação de produtos e serviços, a descentralização dos dados financeiros também tem o objetivo de proporcionar uma nova experiência ao usuário, com uma versatilidade surpreendente em um setor bastante regulado e burocrático.
É justamente nesse ponto que as fintechs se destacam, suprindo as lacunas existentes em nichos do mercado e aproveitando o boom da digitalização no país. Tanto que, praticamente 100% das soluções oferecidas pelas fintechs são digitais, tornando o negócio totalmente escalável.
Parceria em evolução no mercado
De acordo com uma pesquisa nacional realizada pela KPMG, em 2020, a queda no faturamento do setor financeiro foi entre 10% e 25%. Na contramão desses dados, segundo pesquisa da Distrito, as fintechs brasileiras cresceram 34% no mesmo ano.
Mas, esse contraste de dados não representa uma competição entre o modelo tradicional do mercado financeiro (bancos tradicionais) e as startups financeiras. Ao contrário, está mais para uma parceria, já que ambos têm espaço para continuar existindo, unindo o melhor dos dois mundos.
A digitalização bancária, por exemplo, mais do que reduzir a burocracia, tem o objetivo de compreender o contexto de cada demanda e, com isso, oferecer um atendimento personalizado ao usuário. Mesmo que fintechs tenham vantagem nesse processo, por outro lado, os bancos tradicionais (agências físicas) trabalham com uma quantidade muito maior de dados, bastando apenas que sejam geridos de forma mais organizada para entregar maior valor a seus clientes.
A digitalização rompe, ainda, as barreiras físicas quando tratamos de instituições financeiras com agências espalhadas por diferentes localidades, favorecendo, assim, a oferta de serviços baseada nos perfis e realidade de cada localidade, ultrapassando as fronteiras digitais e alcançando um equilíbrio organizacional e cultural.